sábado, 26 de dezembro de 2009

A Arte de Observar o Céu


Podemos contemplar uma paisagem terrestre, o fundo do mar, e também podemos apreciar o céu, os corpos celestes, a Lua, as estrelas e os planetas. Por que apreciamos todas essas coisas? Por que admiramos a natureza? É que valorizamos a beleza e a harmonia – mas o céu encerra algo mais, é o caráter de coisa fora do nosso alcance, desconhecida, infinita, incomensurável e até mística. O céu é tudo, é todo o espaço e tudo o que há nele, é o Universo, também chamado de Cosmos, é o Sol, a Terra, a Lua, os planetas, as estrelas. O nosso planeta a Terra, e o próprio homem estão no espaço. Esses são os objetos de estudo da mais antiga das ciências exatas: a astronomia, a ciência de grande destaque e que constitui uma das atividades mais estimulantes, há sempre novos objetos para serem descobertos no céu, muitas pessoas em todo mundo se interessam pela astronomia e dedicam-se à observação do céu. Os primeiros estímulos são o céu noturno e uma noite estrelada e os motivadores são a Lua, os astros mais brilhantes, o pôr do Sol, o amanhecer, um eclipse da Lua ou do Sol, um meteoro ou até um cometa. A prática da astronomia deve ser acompanhada da teoria e de estudo, o interesse pela observação do céu deve estar junto do interesse pela compreensão dos fenômenos celestes. Muitas pessoas perderam o interesse pela astronomia pela falta de conhecimento básico necessário para o entendimento dos fenômenos astronômicos. Não pense que basta olhar pela ocular do telescópio para ver tudo o que o instrumento pode mostrar. Estes conselhos são dirigidos aos principiantes que estão interessados em observar o céu. Não tenha pressa, os primeiros passos são fundamentais, e devem ser dados muito devagar. Primeiro é muito importante olhar o céu a olho nu, sem qualquer instrumento óptico, reconhecer as estrelas mais brilhantes, as principais constelações que aparecem em diferentes épocas do ano. Nessa primeira fase é importante aprender a reconhecer os pontos cardeais, norte, sul, leste, oeste e também observar os movimentos realizados pelas estrelas em diferentes regiões do céu e pelo Sol em diferentes épocas do ano. Depois do reconhecimento do céu a olho nu, o primeiro instrumento óptico a ser utilizado deve ser o binóculo, depois uma luneta e em seguida um telescópio. Para aqueles que desejam avançar um pouco mais, poderão se interessar por fotografia do céu, e deverão, para isso, utilizar um telescópio equipado com montagem equatorial. Para fotografar o céu, as etapas descritas anteriormente serão muito importantes para que o astrônomo amador possa adquirir conhecimento e experiência necessários para realização de tal tarefa. O desenvolvimento da astronomia está diretamente ligado a óptica, sem um bom instrumento seria impossível observar os satélites de Júpiter, os anéis de Saturno, as calotas polares de Marte, as crateras, planícies e cordilheiras de montanhas na Lua e muitas outras coisas que veremos adiante. Atualmente podemos encontrar telescópios cada vez melhores, e cada vez mais acessíveis, graças ao desenvolvimento da eletrônica, da informática, da óptica e da mecânica. Também é possível encontrar vasto material sobre astronomia tais como, programas de computadores que apresentam previsões de fenômenos, cartas celestes, guias práticos, livros, anuários astronômicos e não podemos deixar de citar a rede mundial de computadores (World Wide Web).

A Leitura do céu Observação a olho nu

Para observar o céu precisamos de um local livre de obstáculos, longe das luzes ofuscantes das grandes cidades em locais afastados dos grandes centros urbanos e de noites límpidas, sem Lua e sem nebulosidade.
Para decifrar o céu, saber o nome de cada constelação e o nome das estrelas mais brilhantes com a vista desarmada, sem instrumentos basta uma carta celeste e um pouco de paciência.
No escuro a sensibilidade do olho é maior, é preciso de 15 minutos a 1 hora para se beneficiar dessa vantagem para que se inicie qualquer observação. A difusão de luzes no céu das grandes cidades fará com que apenas as estrelas mais brilhantes fiquem visíveis; mesmo assim será possível iniciar a observação. Para compreender os movimentos do céu sem nenhum instrumento astronômico, convém observar o deslocamento das estrelas durante algumas horas. É possível observar uma faixa leitosa, a Via Láctea, que atravessa o céu, é possível observar riscos luminosos, os meteoros, cortando o céu cheio de estrelas. Todas as estrelas se deslocam ao redor do mesmo ponto. O Sol se desloca sempre no mesmo sentido das estrelas e surge sempre do mesmo lado do horizonte, o leste, e cruza o céu até o lado oposto, o oeste.

Se nos posicionarmos com o norte à nossa frente, o sul estará atrás de nós, o leste a nossa direita e o oeste a nossa esquerda.

O ponto na vertical, bem acima da nossa cabeça é chamado de zênite e o ponto bem abaixo de nós será o nadir.

Dessa observação a olho nu podemos constatar os seguintes fatos:

A – as estrelas aparecem do lado leste do horizonte e deslocam-se paralelamente no céu em direção ao lado oeste, onde desaparecem.

B – quando olhamos para as estrelas acima do horizonte sul estas parecem girar ao redor de um ponto, o pólo celeste Sul. (isto é válido para um observador situado no hemisfério sul). Este é o movimento aparente diário aparente das estrelas, do Sol e da Lua. Este movimento é aparente por que é a Terra que ao girar ao redor do seu próprio eixo provoca o efeito de movimento dos corpos celestes em torno da Terra.

Tente imaginar que o ponto ao redor do qual as estrelas descrevem círculos concêntricos constitui o ponto em que o prolongamento do eixo da Terra perfuraria a esfera celeste.

Um observador, nos pólos terrestres, norte ou sul, veria as estrelas girando paralelamente ao horizonte, continuamente, e nunca desaparecerem no horizonte.

Um observador, no equador terrestre, veria as estrelas nascerem e se porem perpendicularmente no horizonte.
Tal deslocamento é o movimento aparente diurno provocado pela rotação da Terra em torno do próprio eixo.

C – observando sempre do mesmo ponto o observador verá que uma mesma estrela sempre aparece e desaparece, todos os dias, nos mesmos pontos do horizonte. O observador também irá notar que de um dia para o outro a mesma estrela aparecerá e desaparecerá 4 minutos mais cedo.

Em um mês esse avanço será de duas horas. Assim, o céu de 1 de setembro, às 20 horas, será o mesmo de 1 de agosto as 22 horas. Se observarmos o céu sempre na mesma hora e no mesmo local, veremos que seu aspecto se modificará: algumas estrelas deixarão de ser vistas e outras surgirão.

Tal fenômeno é o movimento anual aparente, causado pelo movimento da Terra ao redor do Sol, durante o ano. Em seu caminho em torno do Sol, a Terra percorre uma distância de 2.596.080 km por dia, mudando diariamente seu ponto de observação no espaço.

D – ao observarmos as constelações junto ao horizonte, iremos vê-las aumentadas e com as estrelas entre si mais afastadas, o que irá ampliar e deformar o seu desenho característico, como aliás ocorre com o Sol e a Lua quando estão próximos ao horizonte. Ao passarem pelo zênite, as constelações parecem menores e as estrelas mais próximas entre si.

A identificação das estrelas

O reconhecimento das constelações pode ser feito em pouco tempo, uma ou duas semanas de observação são suficientes para se conhecer as estrelas mais brilhantes.
Em primeiro lugar devemos conhecer as “principais” constelações, que servirão de referências, essas são de fácil reconhecimento e estão bem distribuídas por toda a abóbada celeste.


A observação das estrelas e das constelações

Para identificar as constelações e as estrelas convém usar um mapa celeste e uma pequena lanterna com luz vermelha para iluminar o mapa sem perder a sensibilidade do olho que é aumentada durante a noite.
Para localizar os pontos cardeais você pode utilizar uma bússola ou o Cruzeiro do Sul, basta prolongar quatro vezes e meia o eixo maior da cruz para encontrar o pólo sul da esfera celeste.
O observador pode se orientar colocando o mapa entre ele e o céu, e alinhar o norte do céu com o norte do mapa. O método será procurar no céu o que se vê no mapa.
Quando queremos localizar um país estabelecemos relações com outros lugares próximos à esse país, como exemplo sabemos que a Suíça tem ao norte a Alemanha, ao sul a Itália a leste a Áustria e a oeste a França. Para localizar uma estrela ou constelação desconhecida o procedimento será o mesmo, criar associações, no mapa, entre o que queremos localizar e constelações conhecidas e depois tentar repetir os mesmos passos no céu.

A carta celeste

O mapa celeste pode ser um planisfério, isto é, uma representação retangular de toda a esfera celeste, outro tipo de mapa é a representação do céu, toda a abóbada celeste, em círculos que representam o céu em determinado dia e hora para determinado local e o terceiro tipo é o planisfério giratório que mostra o céu no dia e hora que o observador desejar.

As estrelas

As estrelas são visíveis como pontos luminosos e parecem sofrer variações bruscas em suas cores e brilhos, isso é chamado de cintilação, e é provocado por mudanças de umidade, temperatura e densidade na atmosfera.
Os astros situados próximos ao zênite apresentam pouca cintilação, o mesmo acontece em lugares altos ou em dias de pouco vento. As estrelas brancas e as azuis também apresentam muita cintilação ao contrário das amarelas e vermelhas.
Ao observar o céu, é possível notar cores nas estrelas mais brilhantes e que todas as estrelas tornam-se avermelhadas quando estão próximas da linha do horizonte e na aurora e no crepúsculo todas as estrelas parecem mais pálidas.

As constelações

Para facilitar a descrição do céu, o homem primitivo resolveu reunir as estrelas em grupos, constituindo desse modo as constelações. Na realidade, elas não constituem sistemas de estrelas associados entre si. Em geral se encontram muito distantes entre si, dentro da nossa Galáxia.

O zodíaco

A distribuição e denominação das constelações não é uma fantasia dos povos antigos, é uma trabalho de cartografia com finalidades úteis para o planejamento da agricultura e para orientação náutica.
O agrupamento de estrelas em constelações seguiu dois sistemas: um zodiacal (relacionado à agricultura) e outro equatorial (relacionado à navegação). O sistema equatorial está ligado a orientação por meio das estrelas na navegação noturna, enquanto o sistema zodiacal tinha por finalidade a determinação das estações, prendendo-se, assim, às atividades agrícolas. As mais antigas denominações surgiram entre os povos da Mesopotâmia.
Nos primeiros zodíacos encontramos a constelação do Touro como o primeiro signo, pois o equinócio da primavera localizava-se nesta constelação. Todavia, em virtude do movimento de precessão, o equinócio se desloca sucessivamente, em todos os signos, num período de 26 mil anos, aproximadamente. Após 2150 a.C. o equinócio tem lugar no signo de Áries, e desde o primeiro século de nossa era encontra-se no signo de Peixes.
Aliás, convém lembrar que entre os persas o céu era dividido em quatro partes pelas chamadas quatro estrelas reais – Aldebarã, Regulus, Antares e Fomalhaut – utilizadas na agricultura para indicar o início das estações do ano: primavera, verão, outono e inverno. As constelações zodiacais que surgiram em primeiro lugar foram Touro, Gêmeos, Leão, Virgem, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário, Peixes e Carneiro. Posteriormente, foram criadas Câncer e Balança.
A associação do nome das constelações à mitologia era uma maneira de permitir a transmissão oral das descrições do céu; oculto prestado aos fenômenos naturais, inexplicáveis pela ciência da época, deu origem a ligações místicas.

Temos a seguir, em ordem alfabética, o nome das constelações zodiacais.

Aquarius (Aguadeiro ou Aquário)
Aries (Carneiro)
Cancer (Caranguejo)
Capricornus (Capricórnio)
Gemini (Gêmeos)
Leo (Leão)
Libra (Balança)
Pisces (Peixes)
Sagittarius (Arqueiro)
Scorpius (Escorpião)
Taurus (Virgem)
Virgo (Virgem)

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